Ser psicoterapeuta é um trabalho cheio de responsabilidades, concretas e subjetivas, mas que envolve também um quê artístico. Em diálogo com Gambini – autor referência na Psicologia Analítica -, associo a arte ao fazer artesanal do psicoterapeuta na prática de ouvir, dialogar, propor, ou até mesmo calar.
“A psicoterapia, como nós a conhecemos hoje, é uma atividade interseccional, com um fundamento na ciência e outro na arte. Esse cruzamento gera um exercício único. De modo que ela requer tanto o preparo científico, como o treino constante do desempenho criativo do ofício.” ( Roberto Gambini – A voz e o tempo)
Acompanhar outra pessoa a partir de suas narrativas; absorvê-las e devolvê-las na medida e hora certa; estar disponível para o amadurecimento da relação; revelar de forma dialógica o que se percebe; sustentar sua singularidade e o mistério; promover a dialética… são essas algumas das tarefas do psicoterapeuta para as quais não há fórmula estrita. A arte consiste em combinar pessoalidade e sensibilidade com a técnica.