São muitas as dúvidas que podem surgir quando se inicia um processo de psicoterapia. Escolhi bem o profissional? Tem sentido dividir coisas tão pessoais com um desconhecido? A coisa vai indo no ritmo que se espera? Vou chegar em algum lugar diferente de onde estou?
Não tem fórmula mágica para avaliar tudo isso, afinal, as perguntas já mostram que o processo não diz respeito somente ao profissional escolhido, mas também à pessoa que busca apoio emocional, e especialmente a forma como essa parceria irá se desenrolar.
Sendo então uma dúvida tão comum mas ao mesmo tempo tão complexa, apresento alguns aspectos que me parecem essenciais em qualquer processo psicoterapêutico:
– Identificar presença e disponibilidade no psicoterapeuta: sentir-se verdadeiramente acompanhado é essencial para que a terapia caminhe. A presença de alma é algo valioso que o profissional deve saber como compartilhar.
– Tendência ao movimento: após as primeiras sessões, você tenderá a questionar-se internamente a respeito de hábitos, sentimentos e opiniões. Isso significa começar – ainda que sutilmente – a pensar de maneiras diferentes das quais você está acostumado.
– Empatia: a formação de Psicologia enfatiza que todos seres humanos dividimos a mesma condição de desamparo: nas mais diferentes situações, nos sentimos perdidos, sem rumo, com medo e cheios de dúvidas. Um bom psicoterapeuta terá investido em seu próprio processo de autoconhecimento, de modo que estará mais apto a te escutar, sem julgamentos, te oferecendo o apoio necessário a cada momento.
– Aceitar o processo de construção de ritmo: como numa dança, é preciso acertar o compasso para que a coisa ande. O psicoterapeuta deverá ser capaz de reconhecer seu estilo musical, velocidade, fôlego e disposição, fazendo ajustes de forma a beneficiar sua melhor performance.
Bom início de processo para você!
O autoconhecimento é uma estrada longa, com desvios e buracos, mas também repleta de tesouros.