Em meio ao dia corrido, aos problemas familiares, às distrações e às redes sociais, é possível parar e prestar atenção.
É possível perceber quando nosso interior está em desacordo com o exterior. Por exemplo quando habitamos um lugar silencioso, mas a mente insiste em tagarelar. O dia ensolarado quando o experimentamos turvo, ou o encontro divertido onde os minutos parecem não passar.
É possível perceber quando o corpo está desconectado da emoção. Quando comemos compulsivamente sem estar com fome. Quando o coração dispara em meio ao dia sem novidade. A dor do sapato apertado que só percebemos ao descalçar.
É possível perder de vista a concretude da vida. Quando não nos identificamos com o trabalho que exercemos. Não acompanhamos como tem se transformado o relacionamento em família. Não observamos como vai a vida afetiva, sexual ou social.
É possível viver e ignorar o simbólico. Não reconhecer a mensagem oculta por trás das relações. A semente única que está para brotar mas ainda não encontrou sua melhor condição. As perdas que contribuem com ganhos de outras razões.
É possível parar e prestar atenção.
“A semente germina
mesmo quando teme esperar
Com voz mansa ou berraria
brota em mim a mensagem do mundo
que insiste em dizer que pressente
o que sonha acontecer um dia.”
Larissa Castro Alves