A idealização do parceiro conjugal

“…O desenvolvimento do vínculo conjugal dependerá da capacidade dos indivíduos de lidar com a frustração com que se deparam quando a imagem idealizada não corresponde mais ao comportamento do outro; e também dependerá da condição psicológica dos parceiros para reestruturarem o vínculo em bases mais reais.”

(Vanda Di Yorio – livro “Amor conjugal e Terapia de Casal”)

A citação acima da professora e autora Vanda serve para ilustrar um conceito que permeia relacionamentos conjugais e não conjugais: a idealização do outro.

A idealização acontece de diferentes maneiras em toda nossa vida. Desde a infância, criamos expectativas em relação aos nossos pais, professores e amigos. Quando arranjamos um emprego na vida adulta, imaginamos como tal empreitada deve ocorrer. Idealizamos também o filho por nascer, atribuindo a ele habilidades e trejeitos que ele talvez nunca venha a desenvolver. E naturalmente, idealizamos o/a parceiro/a.

A partir do que fora idealizado, o parceiro (ou mãe, pai, chefe, amigo, etc) pode agir em consonância e com isso nos alegrar, ou então pode agir em (maior ou menor) desacordo, gerando em nós frustração. Resumindo, temos a capacidade de idealizar não somente uma pessoa, mas dependendo do caso, a forma como ela deve responder ou ser afetada pela vida, segundo nosso próprio ponto de vista. 

Posto dessa forma pode até causar certo espanto, mas somos mestres em fazer isso a toda hora sem nem perceber. Não é à toa que o relacionamento com o outro demanda muito de nós, e que a idealização e suas facetas são tão estudadas na Psicologia.

Além de estar junto ao outro, é possível estar também junto de nós, atentos ao nosso mundo interno e a como ele influencia nossas relações.

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