São muitas as coisas que me encantam em minha profissão, e uma delas é certamente sua poesia!
Conhecer o outro enquanto psicoterapeuta é como visitar um país estrangeiro. Cada pessoa habita um mundo diferente e exclusivo em sua forma mais íntima. A maneira como alguém se comunica, sente e expressa suas vivências equipara-se a uma língua, que o terapeuta é convidado a escutar. A partir daí, se delineiam as mais variadas paisagens.
Há quem considere a relação paciente/terapeuta como uma dança, em que é preciso identificar – através de uma linguagem simbólica – um ritmo compartilhado que seja harmônico para ambos. Pisadas de pé, abaixar o volume ou mudar o estilo musical fazem parte do baile.
Gosto também do comparativo com o mar. A cada encontro com ele, nos surpreendemos com o inesperado, mas que intimamente não parece tão alheio assim. A água pode estar gélida ou morna, calma ou com ondas, límpida ou cheia de algas. É somente no seu encontro que podemos experienciá-la.
Gratidão profunda aos colegas e pacientes que me acompanham há anos na caminhada, e ajudam a construir e ampliar essa visão. A poesia não nos dá respostas, mas torna nosso trajeto muito mais inspirador.