O livro “Os Parceiros Invisíveis”, de John A. Sanford, fala dos conceitos de anima e animus (mais interessantes pra turma da Psicologia Analítica), mas gasta as primeiras páginas demonstrando que desde muito antigamente foram produzidos relatos, teorias e mitologias apontando dualidade no ser humano. Tal característica é relatada através de diferentes perspectivas, como por exemplo psicológica, sexual, espiritual e simbólica.
Abaixo destaco trecho do livro que achei provocativo:
“Deveria causar-nos admiração o seguinte fato: se homens e mulheres sempre tiveram um componente feminino e um masculino, como essa realidade conseguiu deixar de atrair atenção da humanidade em geral durante tantos anos? Parte da resposta reside na constatação de que o autoconhecimento nunca foi um de nossos pontos fortes, pelo contrário, mesmo o conhecimento mais elementar de si mesmo é algo que a maioria das pessoas resiste com a máxima determinação. Em geral, somente quando nos achamos num estado de grande sofrimento ou confusão, e somente quando o autoconhecimento nos oferece uma saída, é que nos dispomos a arriscar nossas estimadíssimas idéias a respeito daquilo que sentimos ser quando postos diante da verdade, e, mesmo assim, muitas pessoas preferem viver uma vida sem sentido a ter de passar pelo processo, não raro desagradável, que as leva ao conhecimento de si próprias.”
Curioso pensar como nós, tão interessados em tantos temas, muitas vezes somos desinteressados de nós mesmos.
Autoconhecimento é liberdade, e dualidade – ao menos para a Psicologia Analítica – é realidade.